terça-feira, 4 de novembro de 2008

Controle menos, Influencie Mais


Por Euegn Pfister

A cultura do controle está arraigada na mente gerencial. A ordem é controlar custos, resultados, pessoas, horas trabalhadas e assim por diante. O controle é visto como uma função gerencial importante, apesar de sua conotação antipática.A pressuposição é que sem controles as coisas desandam. E como ninguém deseja o caos, é melhor ficar atento e agir, de preferência, antes que a luz vermelha comece a piscar. A proatividade possui alto valor no mercado de trabalho. Afinal, prevenir é melhor do que remediar.É claro que se a premissa (controlar é preciso) estiver correta, os desdobramentos também estão. Contudo, e sem negar a necessidade de estabelecer controles, nem sempre se obtém a melhor relação custo/benefício apostando todas as fichas na estratégia do controle irrestrito, pois nem tudo que funciona a contento na esfera dos planos, processos, números e da produção tem a mesma eficácia no mundo das pessoas.Já li (não lembro o autor) que se administram coisas e se lideram indivíduos. Concordo. Mesmo o sistema mais eficiente de controle não é eficaz quando aplicado na gerência do capital humano, dentro ou fora das empresas. Acontece que o comportamento humano responde a controles internos e externos. E é muito diferente cumprir horários, prazos, normas, padrões de qualidade e produtividade por consciência própria, motivação pessoal e interesse profissional do que fazê-lo por medo, imposição e vigilância externa.O custo psicológico e material da primeira opção (autocontrole) é menor que o custo da segunda opção. Isso sem mencionar que no sistema de vigiar e punir paira a dúvida se as coisas continuarão as mesmas na ausência dos controles e controladores externos.Quando, em outro artigo, defini o GERENTE como PROFISSIONAL do PODER, tive o cuidado de enfatizar a questão da influência como sendo a tarefa gerencial básica. O gerente eficaz é aquele que inspira, estimula, fornece modelos de excelência e influencia os pensamentos e ações dos seus subordinados, clientes, superiores e pares.Quem enxerga nas afirmações feitas até aqui os sinais inequívocos do processo de educação está certo. Usar o poder (organizacional e pessoal) para influenciar é parte da pedagogia para a competência profissional. Portanto, use o poder com sabedoria e intensidade, mas não abuse.


Postado por: Wagner Araujo

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